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Como se comunicar de forma assertiva: dicas para usar e hábitos a evitar

Uma jovem mulher com cabelos castanhos cacheados comunicando-se assertivamente com um homem em uma sala lotada.

Quer causar uma impressão mais forte nas conversas e se sentir mais confiante ao falar? Comunicar-se de forma assertiva pode transformar a maneira como as pessoas o veem — e como você se vê. Uma linguagem passiva faz com que você pareça pouco confiável ou incompetente, enquanto a assertividade mostra que você sabe o que quer. Na verdade, uma fala assertiva gera confiança de dentro para fora.

Continue lendo para aprender a se comunicar de forma assertiva, estabelecer limites que sejam respeitados e dizer “não” sem culpa.

Como se comunicar de forma assertiva

Em The Fine Art of Small Talk, Debra Fine recomenda que você fale de forma assertiva, em vez de passiva. As palavras e frases que você usa comunicam muito sobre a sua autoimagem. Ela argumenta que, quando você usa uma linguagem passiva, você dá a entender que é pouco confiável, subserviente ou incompetente.

Considere o seguinte diálogo entre os colegas de trabalho April e Jeff:

  • Abril: Olá, Jeff! Posso fazer uma pergunta? Gostaria de saber se você vai me enviar esses relatórios de clientes em breve.
  • Jeff: Vou ter que verificar com meu chefe, mas tentarei enviá-los para você esta semana.

Há algumas questões aqui. Primeiro, não há necessidade de April perguntar se pode fazer uma pergunta; ela parece estar se curvando e bajulando. Quando ela faz sua pergunta, ela é vaga e não especifica a urgência de sua necessidade.

Ao usar a expressão “ter que”, Jeff dá a entender que o pedido de April é uma imposição que o obriga a assumir uma carga adicional. Quando ele diz que “tentará”, dá a impressão de que não tem certeza de sua capacidade de atender ao pedido dela no prazo especificado e dá a entender que está se reservando uma margem para se esquivar do compromisso.

Fine argumenta que comunicar-se de forma assertiva dá a impressão de que você sabe o que quer e precisa. Isso também chama a atenção.

Considere o seguinte diálogo, no qual ambas as partes são diretas e assertivas:

  • April: Olá, Jeff! Preciso desses relatórios dos clientes até o próximo fim de semana. Posso esperar recebê-los até o final da semana?
  • Jeff: Entrarei em contato com meu chefe e garantirei que você os receba até sexta-feira.

Aqui, April comunica claramente sua necessidade e o prazo que ela espera. Ela vai direto ao ponto. Jeff também é claro sobre seu plano de ação, informando a April o que ele está fazendo e quando ela pode esperar que seu pedido seja atendido. Ambas as partes se mostram profissionais confiantes, certas de suas necessidades e capacidades.

Agressivo, passivo ou assertivo?

Embora Fine discuta a necessidade de se comunicar de forma assertiva, ela não aborda o motivo pelo qual as pessoas podem relutar em fazê-lo. Muitas vezes, as pessoas que evitam uma linguagem assertiva e agem de forma passiva fazem isso porque temem parecer agressivas — mas isso é um equívoco. Você pode ser assertivo sem ser agressivo.

Os psicólogos nos dizem que a diferença entre ser agressivo, passivo ou assertivo é uma questão de quem você coloca emprimeiro lugar e como você comunica suas necessidades.

Uma pessoa agressiva coloca a si mesma em primeiro lugar. Ela exige e impõe a satisfação de suas próprias necessidades e desejos, muitas vezes à custa das necessidades, desejos e limites dos outros. Em muitos casos, uma pessoa agressiva usa ameaças, desrespeito ou abuso verbal para conseguir o que quer. Ela quer seus relatórios agora e não se importa com quem ela prejudica para obtê-los.

Em contraste direto, uma pessoa passiva coloca todos os outros em primeiro lugar. Ela permite que as necessidades e desejos dos outros se sobreponham aos seus e não age para proteger seus limites. Como resultado, ela frequentemente “acaba” em situações em que se sente desconfortável, infeliz ou insatisfeita. Como Fine observa, pessoas passivas não causam uma impressão forte. Elas menosprezam suas próprias opiniões, habilidades e conhecimentos; buscam a aprovação dos outros; e estão constantemente se desculpando. Uma pessoa passiva prefere abrir mão do controle sobre quando receberá seus relatórios a pisar nos calos de alguém.

A assertividade é o meio-termo entre a passividade e a agressividade. Uma pessoa assertiva respeita tanto suas próprias necessidades quanto as da outra parte. Ela comunica suas necessidades de forma clara, da maneira mais eficaz possível; não grita quando é inadequado e não se curva quando é desnecessário. Ela estabelece seus próprios limites e os defende sem violar os limites dos outros. Em resumo, se ela precisa desses relatórios até terça-feira, ela diz isso. Se houver algum problema que impeça isso, ela se ajustará, mas todos os envolvidos saberão quais são suas necessidades, objetivos e expectativas.

3 hábitos que fazem você parecer inseguro

Jefferson Fisher também recomenda ser assertivo ao se comunicar. Em The Next Conversation, ele afirma que você constrói sua confiança quando age e fala de forma assertiva. A confiança é um sentimento que vem apenas da assertividade, permitindo que você aja mesmo quando está com medo, admita quando está errado e aprenda com seus erros.

Para falar com assertividade e aumentar sua confiança, evite estes três hábitos que fazem você parecer inseguro:

Qualificadores: são palavras desnecessárias que enfraquecem sua mensagem, como “talvez”, “apenas”, “mais ou menos” e desculpas desnecessárias. Por exemplo, em vez de dizer “Desculpe pelo inconveniente”, diga “Obrigado pela sua compreensão”. Essa pequena mudança faz com que você pareça mais confiante, sem deixar de ser educado.

Palavras de preenchimento: são sons ou palavras que usamos para preencher pausas ao falar, como “hum”, “tipo” e “você sabe”. Fisher escreve que uma breve pausa soa mais profissional e confiante do que preencher o espaço com essas palavras. As pessoas costumam ver com mais respeito e atenção aqueles que falam menos, mas escolhem suas palavras com cuidado.

Upspeak: Isso acontece quando sua voz sobe no final de uma frase, fazendo com que as afirmações soem como perguntas. O upspeak faz com que você pareça inseguro. Fisher sugere manter a voz firme ou deixá-la descer ligeiramente no final das frases.

O duplo padrão de falar de forma assertiva

Os hábitos de fala incertos listados por Fisher podem não ser o problema — a questão também pode ser a forma como a sociedade vê a pessoa que está falando. Especialistas em linguística argumentam que a sociedade julga os padrões de fala das mulheres de forma muito mais severa do que os dos homens. Por exemplo, tanto homens quanto mulheres usam o upspeak e o vocal fry (uma voz rouca no final das frases), mas a sociedade critica principalmente as mulheres por esses hábitos. Os homens usam o uptalk com a mesma frequência que as mulheres, e o vocal fry é até considerado um sinal de hipermasculinidade no Reino Unido.

Além disso, o que soa pouco profissional para uma geração soa perfeitamente competente para outra. A professora de linguística Penny Eckert relata que, quando reproduziu uma gravação de alguém usando vocal fry, seus alunos — que eram principalmente da geração mais jovem — acharam que o locutor soava profissional e autoritário. Portanto, embora você possa trabalhar para falar de forma mais assertiva e ganhar confiança, também deve reconhecer que algumas críticas aos padrões de fala refletem preconceitos de gênero e diferenças geracionais, e não problemas reais de comunicação.

Como estabelecer limites

Fisher explica como comunicar limites pessoais de forma eficaz. Limites são regras pessoais que protegem coisas importantes, como seu tempo, sua família e seu bem-estar emocional. Para estabelecer um limite, você deve primeiro declará-lo claramente usando frases com “eu”, como “Eu não atendo chamadas de trabalho depois das 18h”. Em seguida, explique as consequências de ultrapassar esse limite usando linguagem condicional, como “Se você ligar depois das 18h, eu não atenderei”. Por fim, você deve cumprir consistentemente as consequências declaradas.

Fisher afirma que as pessoas que realmente se importam com você respeitarão seus limites. No entanto, é importante ser seletivo ao estabelecer limites. Criar limites demais pode prejudicar os relacionamentos e permitir que você evite responsabilidades legítimas. Você deve estabelecer limites apenas para coisas que realmente importam e permanecer flexível em relação a questões menos importantes.

Diga “Não” com confiança

Fisher discute a importância de aprender a dizer “não” como uma habilidade para controlar seu tempo e energia. Dizer “não” permite que você faça escolhas com base em seus próprios desejos, em vez das expectativas dos outros. Ele recomenda uma abordagem que envolve três etapas:

  1. Comece com um “Não” claro.
  2. Expresse gratidão por ter sido considerado.
  3. Termine com algo positivo.

Por exemplo, você pode dizer a um colega de trabalho: “Não, não posso assumir outro projeto agora. Agradeço por me considerar para essa oportunidade. Boa sorte com o projeto!”

De acordo com Fisher, você não precisa se desculpar ou dar explicações ao recusar pedidos. A maioria das preocupações sobre decepcionar os outros é exagerada. Se alguém continuar insistindo em saber os motivos, você deve simplesmente repetir sua resposta sem acrescentar detalhes ou justificativas adicionais.

Explore mais a comunicação assertiva

Para saber mais sobre como falar de forma assertiva no contexto mais amplo da comunicação eficaz, leia os guias da Shortform sobre os livros mencionados neste artigo:

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